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Esgoto sanitário exige compatibilização com projetos complementares

O sistema de esgoto sanitário precisa ser projetado com a maior quantidade possível de informações, como as declividades das tubulações e os métodos de testes da rede. Deve ser pensado para funcionamento em longo prazo, prevendo soluções que facilitem futuras intervenções corretivas. “Memoriais descritivos complementam o projeto, principalmente apresentando um plano de manutenção periódica”, afirma o engenheiro Manoel Roberto Honda, titular da Manoel Honda Engenharia, empresa especializada no desenvolvimento de projetos de instalações hidrossanitárias.

O primeiro passo é a identificação do uso da edificação, ou seja, se o empreendimento é residencial, de escritórios, hospital, hotel, entre outras possibilidades. E, também, o número de pessoas que frequentam o prédio. “A partir daí, é possível levantar o volume de esgoto produzido por dia”, comenta o especialista. É preciso verificar se o local é servido por rede de esgoto ou se será necessário implantar uma estação de tratamento própria (ETE). “É fundamental também ter a planta de implantação com os níveis do terreno”, complementa.

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Tubulações de esgoto normalmente têm diâmetro entre 40 mm e 100 mm, ou seja, medidas relativamente grandes (Crédito: oneSHUTTER oneMEMORY/Shutterstock.com)

O trabalho prossegue com a verificação da distribuição das louças sanitárias. “Muitas vezes, as pias e vasos estão locados de maneira aleatória”, comenta o engenheiro. Após conhecer as posições das louças, caixas e ralos sifonados, são projetadas as linhas mestras de distribuição da rede de esgoto, procurando sempre caminhamento em 45º e evitando derivações em 90º. “O desenho vertical de toda a tubulação de esgoto deve considerar que, nos pavimentos inferiores, os desvios têm que ser projetados da maneira mais racional possível”, fala.

A rede de esgoto é dividida entre primária, que corresponde ao material proveniente de bacias sanitárias; e secundária, por onde passam os dejetos de lavatórios, chuveiros, tanques e máquinas de lavar roupa. Há ainda a tubulação de gordura, que é o esgoto de cozinha; a tubulação de ventilação, destinada a retirar gases; e as caixas sifonadas com fecho hídrico (desconectores), que juntamente com a tubulação de ventilação impedem o retorno do mau cheiro. “Fazem parte do sistema as caixas de inspeção destinadas a facilitar a manutenção da rede e as caixas de gordura que retém a gordura e impedem o entupimento das redes coletoras”, diz Honda.

ADEQUAÇÕES DE PROJETO

No sistema de esgoto, as tubulações normalmente têm diâmetro entre 40 mm e 100 mm, ou seja, medidas relativamente grandes e que podem entrar em conflito com a estrutura de concreto armado. “Por isso, o projeto hidrossanitário tem que ser compatibilizado com o estrutural, evitando as furações de vigas. Entretanto, quando não for possível, a recomendação é deixar previstas as furações em vigas e lajes, em comum acordo com o autor do projeto de estrutura”, explica o engenheiro.

O responsável pelo projeto de esgoto sanitário deve também estar em contato frequente com o arquiteto para definição dos locais das descidas das prumadas. “A compatibilização com os demais projetos complementares é muito importante”, ressalta o especialista, lembrando que são necessários cuidados especiais na impermeabilização de saídas de esgoto em lajes para que não ocorram infiltrações.

Depois de concluído o projeto de esgoto sanitário, podem ser feitas alterações motivadas por mudanças ou adequações dos demais projetos da edificação. “Se mudar o layout do banheiro ou sua arquitetura, logicamente será preciso mexer no sistema de esgoto, mas se o projeto for devidamente compatibilizado com os demais (estrutura, instalações elétricas, instalações de hidrantes) dificilmente haverá alterações”, destaca Honda.

TUBULAÇÕES

As tubulações projetadas devem, preferencialmente, ser fabricadas a partir de PVC branco para esgoto, podendo ser normal ou reforçada. O material conquistou o espaço dominado no passado pelo ferro fundido, manilhas de barro e até tubos de chumbo. Os canos são usados para execução de todo o sistema, a começar pelos ramais de esgoto – que saem de cada aparelho sanitário e têm a função de conduzir os dejetos primário e secundário. As colunas de ventilação, por sua vez, são constituídas por tubulações interligadas à rede de esgoto primário e que vão até acima da cobertura, com a função de retirar os gases e evitar o mau cheiro nos ambientes internos.

As normas técnicas que norteiam a elaboração do projeto hidrossanitário são a NBR 8160/1999– Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário – Projeto e execução – e a NBR 7229/1997 – Projeto, Construção e Operação de Sistemas de Tanques Sépticos.

SISTEMAS DE REÚSO

O projeto hidrossanitário do edifício que vai utilizar sistema de reúso de águas cinzas deve prover a obra de tubulação identificada corretamente, inclusive com cor própria. Trata-se de canalização totalmente independente. O sistema é projetado por empresas especializadas e deve estar previsto na concepção da arquitetura. “Para utilização da solução é necessário projeto especifico de reaproveitamento, área para instalação do tanque de armazenamento e dos equipamentos de tratamento, além de reservatório para a água tratada”, fala o engenheiro. A água de reúso é indicada apenas para descarga nas bacias sanitárias e irrigação de jardins – jamais para fins potáveis.

Fonte: Portal AECweb

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